Resgate a emoção de compra

Inserir emoção ao ambiente do e-commerce pode revolucionar o retalho e a realidade virtual está a criar essa possibilidade

03 · 12 · 2018

A tecnologia ainda está a ser testada por retalhistas de todo o mundo. Foto: Divulgação/Pixabay.

 

Há quem acredite que a realidade virtual seja só mais uma alternativa de entretenimento, com joguinhos ou simulações. No entanto, essa tecnologia pode ser utilizada de forma muito prática na indústria, ciência e formação de pessoal.

Enquanto a realidade aumentada inclui objetos virtuais aos cenários reais, na realidade virtual as pessoas é que são “transportadas” para o mundo digital. Isso acontece com a ajuda de acessórios, como óculos ou headsets, que bloqueiam barulhos externos e enganam os sentidos por meio de estímulos visuais e auditivos dos utilizadores num ambiente completamente virtual.

Se a tecnologia tem importância para outros setores, já imaginou como ela está a transformar o retalho? Muitos mercados estão a apostar nessa nova realidade com o objetivo de proporcionar uma experiência única aos seus clientes, influenciando cada vez mais na sua decisão de compra.

É “tudo” o que o e-commerce precisa

A possibilidade de pesquisar preços em diferentes sítios, avaliar condições, promoções e ter um feedback sobre serviços e produtos em apenas um click transformou o e-commerce num caminho sem volta. As vantagens da compra online são inúmeras e o mercado do retalho já está a par disso. Agora, o desafio é estar inserido de maneira efetiva nessa nova realidade, ou seja, conseguir de facto atrair consumidores para rentabilizar os negócios.

Embora seja bastante conveniente, a compra digital ainda é muito racional, pois é baseada em factos, fotos e comparações de preços e benefícios. Por mais prático que seja, o comércio eletrónico ainda deixa a desejar na experiência de compra comumente proporcionada pelas lojas tradicionais. É aí que a realidade virtual entra em ação.

Já imaginou  fazer as suas compras confortavelmente sentado no sofá, com todas as vantagens do comércio eletrónico e ainda experimentar sensações físicas, como se estivesse realmente numa loja? É assim que muitos especialistas acreditam no potencial da realidade virtual para criar o novo equilíbrio entre razão e emoção no momento da compra.

Por outro lado, os empresários de lojas pequenas, por exemplo, podem oferecer uma  maior diversidade de produtos num ambiente virtual. Além disso, a empresa terá acesso a dados sobre a jornada de compra do seu cliente e poderá perceber quais foram os passos decisivos para a compra. Com esses dados é possível corrigir erros e planear estratégias de posicionamento no mercado.

Embora esteja muito avançada, a tecnologia ainda está a ser testada por retalhistas de todo o mundo. Há muito a ser explorado ainda nessa área, garantem especialistas como o engenheiro Marcelo Zuffo, da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista à revista Superinteressante, o profissional garantiu que ainda há muito caminho pela frente. “A tecnologia está bem longe de permitir uma imersão num mundo virtual que explore mais a fundo os cinco sentidos humanos”, afirmou.


Exemplo prático

O website da revista Forbs Brasil elencou alguns exemplos de como a realidade virtual tem sido utilizada por empresas ao redor do mundo. A sueca IKEA está na lista, pois a rede utiliza recursos da realidade virtual para auxiliar os seus clientes na hora de projetar um ambiente.

Os consumidores são transportados para uma sala através de óculos próprios para o uso da tecnologia, e nela podem mudar, desde a pintura até o mobiliário e a iluminação. Tudo isso apenas com o toque de uma varinha. A projeção permite que o cliente caminhe pela sala e veja a peça em diferentes ângulos. Assim, fica fácil reorganizar o ambiente como desejar e ter uma ideia quase real de qual será o resultado.

Veja exemplo no vídeo abaixo: