Como o neuromarketing está a ajudar a aumentar as vendas?

As empresas usam o neuromarketing para antecipar o comportamento do consumidor e oferecer produtos e serviços adicionais adequados aos seus hábitos e preferências

09 · 01 · 2019

As inovações tecnológicas não param de evoluir e surgem novas formas de pensar e de viver. Há uma maior preocupação em entender o consumidor atual, mais inconstante, consciente e digital. É preciso acompanhar as mudanças culturais e conhecer o seu inconsciente que o conduz na maioria das vezes. E é neste contexto que o papel do neuromarketing para as marcas é tão importante.

É uma ciência que estuda o comportamento humano, com o objetivo de identificar e acompanhar as tomadas de decisões do cérebro e as informações que recebe. É entender o que motiva, de maneira inconsciente, um consumidor a preferir determinada marca ou produto, e a realizar uma compra.

Para trabalhar com neuromarketing é preciso entender como funciona o cérebro humano e a partir daí pensar em estratégias que estimulem o inconsciente do consumidor para a tomada de decisão. Quando uma marca ativa positivamente as emoções, será instantaneamente memorizada e ganhará a lealdade do consumidor.

A neurociência tem a função de descortinar quais os estímulos que afetam o cérebro humano e o marketing vai utilizar essas informações para atrair o consumidor, através de diversas técnicas, que envolvem cores, símbolos, formato da embalagem e até mensagens subliminares.

Emocionar os consumidores é essencial, e atualmente, diversas empresas utilizaram o neuromarketing para preparar as suas estratégias de branding com o intuito de conquistar a atenção dos seus clientes.

Coca-Cola vs Pepsi

Uma caso muito interessante, que remete para questões relacionadas com o poder da marca, memória associativa e perceção sensorial, é o da Coca-Cola e Pepsi.

Um grupo de investigadores realizou dois testes para avaliar a preferência dos consumidores em relação às duas marcas de refrigerantes mais famosas do mundo.

No primeiro teste, os consumidores experimentavam ambos os refrigerantes sem saber suas despectivas marcas, enquanto as suas atividades cerebrais eram monitoradas pela ressonância magnética funcional. Foi observada uma maior ativação da região cerebral ligada à tomada de decisão quando o consumidor experimentou o refrigerante que posteriormente foi declarado de forma explícita como favorito. As respostas da preferência encontradas foram bem equilibradas.

No segundo testes com a marca, os consumidores experimentavam, ainda monitorados pelo fMRI, dois copos com o mesmo refrigerante, mas apenas um deles possuía a marca. Esse teste foi feito com as marcas Coca-Cola e Pepsi novamente. E o que aconteceu? No teste para a marca Coca-Cola, os consumidores demonstraram preferência justamente pelo copo que tinha a marca, sendo que o refrigerante era o mesmo nos dois copos. No entanto, esse mesmo resultado não foi observado para a marca Pepsi.

Os resultados demonstraram que a percepção sensorial dos consumidores foi alterada quando acreditaram que estavam a experimentar a marca Coca-Cola e os resultados fMRI apontaram para uma maior atividade cerebral nas regiões ligadas à memória.

Demonstrou que os conceitos dos participantes em relação à marca podem ter alterado a percepção sensorial dos participantes e influenciar as suas preferências e escolhas, especialmente quando a marca em questão possui um branding forte, como a marca Coca-Cola. De facto, a marca explora o sentido e as emoções em todas os anúncios.

McDonalds

Esta conhecida marca é outro exemplo de empresa que utiliza técnicas de neuromarketing para o sucesso. A estratégia de branding tem como principal destaque a adaptação à cultura e hábitos de cada país, mas com a preocupação de manter sempre um padrão de características que encontramos em todos os restaurantes do mundo inteiro.

O seu design, com cores fortes de vermelho e amarelo, foi projetado para tornar a marca mais atraente aos olhos das crianças que associam as cores aos brinquedos, e a clientes de todas as idades que estão com pressa para encontrar algo rápido para comer.  

Além disso, as cores escolhidas demonstram força, poder e confiança, fazendo com que os clientes confiem e sejam leais à marca. O nosso subconsciente faz um julgamento sobre um ambiente ou produto num espaço de tempo de 90 segundos após a sua visualização inicial, e cerca de 62?ssa avaliação é baseada em cores. É por isso que o logo do Mc Donalds é tão conhecido.

Outros exemplos

O neuromarketing é importante para criar uma estratégia visual, já que as marcas utilizam determinadas cores e layout para associarem a sua empresa e criarem uma identidade.

É interessante analisar que diversas marcas obtiveram sucesso nos seus métodos por causa desta ciência. O Google, por exemplo, utilizou o neuromarketing no desenvolvimento de estruturas de SEO, com a aplicação de técnicas para comparar sites e encontrar o conteúdo mais relevante e envolvente. Premiou os sites que tinham forte apelo visual, conteúdo exclusivo e a capacidade de oferecer envolvimento emocional que aumentava a retenção.

A Hyundai e seus testes de protótipo são outro exemplo do uso do neuromarketing no design. A empresa permitiu que os consumidores examinassem os protótipos dos casos, e utilizou o EEG para entender as suas preferências e que tipos de estímulos podem levar à decisão de compra. Mais tarde, foram feitos alguns ajustes no design exterior de acordo com os resultados.

O PayPal, do Ebay, utilizou o neuromarketing para fazer com que mais compradores online usassem o seu serviço de pagamento na internet. A empresa descobriu que os comerciais mais focados em velocidade e conveniência, provocavam uma resposta significativamente maior no cérebro, em comparação à publicidade de funções como a segurança e proteção. A partir dessas informações, o PayPal criou uma nova publicidade para serviços de pagamento online.