Como vender comida online?

Damos-lhe informações sobre como criar e gerir uma empresa do setor alimentar online bem-sucedida

05 · 07 · 2019

O crescimento do online no setor da alimentação mundial ainda não superou o offline, mas já se regista um aumento das vendas de e-commerce, o que poderá indicar que no futuro poderá superar o retalho alimentar tradicional.

A venda de alimentos pela internet tem, porém, uma participação modesta em Portugal, mas com boas perspetivas de crescimento. Esse olhar otimista deve-se ao perfil do consumidor, que procura sempre mais comodidade, inclusive na hora de realizar as compras em supermercados.

A logística nesse tipo de e-commerce é o fator principal para alcançar o sucesso, principalmente quando se trabalha com produtos perecíveis. No entanto, este mercado ainda não é tão explorado e só com um bom planeamento e algo que se destaque da concorrência, poderá levá-lo a navegar num mar de possibilidades e crescimento.

As sete melhores práticas de e-commerce em Portugal

Conheça as sete melhores práticas das empresas de e-commerce em Portugal, segundo um estudo do DPD Group, dono da Chronopost:

Digital Wallet – Métodos de pagamento digitais, como Paypal e Alipay, continuam a ser o meio de pagamento preferido em Portugal quando se compra online. As aplicações de pagamento mobile estão em forte desenvolvimento.

Motores para a compra – As entregas gratuitas, os pagamentos por digital wallet e a detalhada descrição dos produtos continuam a ser os principais motores para a compra.

Opções de Entrega – Os e-buyers portugueses têm as entregas na sua maioria em casa (75%), mas revelam-se dispostos a considerar alternativas. As entregas no local de trabalho começam a crescer. Por outro lado, há uma elevada apetência pela maioria das opções de entrega à medida: notificações avançadas com janela de uma hora está no top 5 das opções preferidas. Saber ou escolher o dia exato e a janela de entrega de uma hora são muito atrativos para os e-shoppers portugueses.

Saber quem entrega – O nome da empresa que faz a entrega é importante para a maioria dos e-shoppers. Mais de 60% considera importante saber a empresa de entregas antes de comprar.

Experiência de devolução – Devolver uma encomenda não parece ser uma tarefa simples para o e-shopper português, apenas 20% considera o processo de devolução como simples. Dar mais ênfase à política de devolução pode melhorar a experiência dos utilizadores.

Compradores frequentes – As marcas devem colocar o seu foco nestes compradores: representam mais de 30% dos compradores online e mais de 80?s compras anuais. Cerca de metade tem menos de 35 anos.

Atenção aos Millennials - são os que mais utilizam o e-commerce e os que fazem mais compras “guilty pleasure”.

Portugal ainda pouco adepto do online nas compras de supermercado

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O consumidor português está, ainda, pouco desperto para a compra online dos bens de grande consumo. O comércio online dos produtos alimentares e de higiene está, ainda, numa fase de desenvolvimento, com uma taxa de, apenas, 1%. Basta ter em conta que, por cada mil euros que os portugueses gastam nas compras para o lar, só oito euros correspondem a aquisições online.

Os compradores online são, essencialmente, famílias, com filhos, e que moram nos grandes centros urbanos. Pelo menos 33% dos compradores de bens de grande consumo na internet vivem na região de Lisboa, sendo que, 72?les têm até 49 anos. As famílias com crianças pequenas representam 31?stes compradores.

Há três considerações importantes ao examinar as barreiras do comércio eletrónico. Em primeiro lugar, o desejo de analisar um artigo antes de comprá-lo. Em segundo lugar, a falta de confiança se os retalhistas cumprirão as expectativas sobre frescura dos alimentos. E, em terceiro lugar, a preocupação sobre o nível de qualidade dos produtos comprados. É necessário aliviar estas barreiras para impulsionar a participação do gasto no comércio eletrónico pelo consumidor português. Continue a ler para saber o que fazer para começar a fazer negócio nesta área.

Como construir um e-commerce que venda comida?

A venda de alimentos online é um dos negócios de e-commerce mais difícil de ter sucesso. Criar um site atrativo pode ser um desafio e garantir que os seus produtos, tipicamente perecíveis, cheguem com o aspeto e sabor como aparentam no site pode ser um pesadelo.

Para quem esteja a pensar em lançar-se no setor do comércio eletrónico, há uma série de obrigações e custos que tem que ter em atenção. Veja algumas delas aqui:

# Aspetos legais e de licenciamento devem ser conhecidos antes de vender alimentos online

Em termos de licenciamento, não há nenhuma especificação singular para o e-commerce, embora a mercearia deva possuir licenciamento normal de acordo com o exigido pela legislação em vigor para esse tipo de negócio. No entanto, como o negócio terá, em princípio, entrega ao domicílio, será necessário precaver uma série de situações. O incumprimento das mesmas pode levar a multas. Em relação a este transporte de mercadorias aplicam-se as normas dispostas no Regulamento (CE) nº 852/2004, de 29 de abril de 2004. Tal exige que, por exemplo, se mantenham limpos os veículos ou contentores que transportam estes produtos.

# Custos associados à expansão do negócio

A passagem de um negócio com loja física para um negócio online envolve custos associados, nomeadamente em termos de mão de obra, softwares e logística. Em primeiro lugar, será necessário adquirir uma viatura com as características exigidas para o transporte alimentício (nomeadamente, refrigeração). Estando tal assegurado, há outros fatores que importa ter em atenção. Entre eles estão:

1- Criação e manutenção do website

O primeiro passo para se vender online passa por ter um site para o efeito, que não pode ter um software qualquer. Normalmente, os sites de e-commerce exigem sistemas próprios. Após a sua criação é importante também pensar na sua manutenção. Será preciso mão de obra para, por exemplo, inserir produtos no site, corrigir preços, gerir encomendas e afins. Portanto, será necessário ter alguém que possa fazer a gestão desta parte.

2- Software de Gestão de Stocks

Outra parte importante de ter um site com vendas online é a possibilidade de conseguir gerir stocks e saber o que está a ser vendido no digital. Nesse sentido, o empresário que se queira lançar na Internet tem que adquirir também um software que lhe permita manter todo o negócio offline e online integrado e sob controlo.

3- Distribuição e acondicionamento dos produtos

Um negócio online “vive” de uma distribuição célere e eficaz. Pelo que aqui seria necessário, de antemão, um meio de transporte que permitisse acomodar os produtos. De referir que o dito meio de transporte precisaria de estar alinhado com as características exigidas por lei para o transporte de alimentos perecíveis.

Nesta logística, estão implícitos alguns custos. Nomeadamente, custos com combustível e armazenamento individual dos produtos. Por armazenamento individual, entendem-se as caixas onde se guardarão os produtos para entrega posterior. Estas caixas individuais variam o preço de acordo com o alimento a ser condicionado.

4- Seguro para proteção dos produtos refrigerados

Se a empresa vai transportar produtos refrigerados, importa ter um seguro que cubra essas eventualidades.
Negócio online pode ficar mais em conta!

Considerando os gastos que se tem com o negócio online face aos que se tem com a aquisição de uma segunda loja, pode ser mais atrativo para o comerciante optar pela expansão online.

Os gastos que o comerciante tem com a loja física são bastante avultados, principalmente no que toca à manutenção da mesma. Com o aumento das rendas nos principais centros urbanos, adquirir um segundo espaço torna-se quase proibitivo. Nesse sentido, a expansão do negócio pela via do e-commerce afigura-se como uma via alternativa, com maior retorno, de atingir novos públicos. E, quiçá, no futuro as lojas físicas poderão ser mesmo ultrapassadas e substituídas por mecanismos em que a compra e venda online seja primordial.

Atrair o consumidor omnichannel, a conveniência, o preço/valor, a variedade e a experiência do cliente são as considerações que lideram o ranking dos fatores impulsionadores para as decisões de compra online. Por isso, para desenvolver uma estratégia valiosa de e-commerce, é necessário que antes conheça bem esta tendência e tenha conhecimento dos obstáculos que poderá encontrar até conseguir o sucesso desejado.

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